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A Sociedade Profana ((TOP))



Resumo: Na sociedade contemporânea, o modo de ser religioso está saindo da esfera protegida da instituição religiosa e da tradição, e se deslocando para a mídia, nova instância organizadora das relações sociais e comunitárias. Este trabalho analisa a sobrevivência de elementos do rito religioso e primitivo presentes na comunicação, não mais em seu sentido original, mas transformados em espetáculo, referenciais para a produção de novas práticas religiosas. Apoiado em pesquisadores do fenômeno religioso e da comunicação, nosso estudo procura evidenciar elementos característicos do ritual religioso na grade da programação televisiva, visando compreender a busca de um re-encantamento, ainda que simulado, operado pela sociedade do espetáculo por meio das práticas midiáticas.




A Sociedade Profana


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A dessacralização caracteriza a experiência total do ser humano não-religioso das sociedades modernas, que tem dificuldades em reencontrar as dimensões existenciais do ser humano religioso das sociedades arcaicas (Cfr. Eliade: 2004:19).


Em nosso mundo contemporâneo onde tudo parece estar em transformação, a identificação do conceito de rito torna-se mais difícil. Nesse contexto cultural as simplificações e procedimentos por aproximações parecem inevitáveis. Evidentemente não é nossa intenção abordar aqui todas as discussões acerca do tema. O que nos parece possível é identificar elementos do rito em expressões da sociedade atual, particularmente naquelas retratadas pela mídia.


A indústria cultural sempre mostrou grande capacidade de absorver elementos da cultura e de reorganizá-los segundo seus parâmetros e critérios. Nesse sentido a televisão reproduz mitos, rituais, simbolismos e hierarquias, veiculando uma programação com aspectos ritualizados e espetacularizados, o que atrai uma audiência composta dos mais diversos segmentos da sociedade. Considerando a mídia como o novo locus social, compreende-se que conteúdos da cultura, tais como as práticas rituais, também se tornem presentes no espaço midiático. Isso permite a sobrevivência de elementos do ritual primitivo na comunicação contemporânea. Por outro lado, a própria mídia se viabiliza e legitima a partir do uso recorrente desses elementos do ritual. É mister procurar compreender a busca de um re-encantamento, ainda que simulado, operado pela sociedade contemporânea pós-industrial por meio das práticas midiáticas.


restaura o equilíbrio perdido, ao reinvestir as estruturas arcaicas que se acreditava ultrapassadas e ao recriar as mitologias que irão servir de liame social. A explosão das imagens está aí para prová-lo. Graças a elas, as sociedades revêem e assim recuperam uma parte de si mesmas, das quais tinham sido frustradas por uma sociedade racionalista (1995:41).


Na socialização, as práticas rituais têm por finalidade criar ou reforçar os vínculos sociais mantendo a memória dos vínculos já existentes na sociedade. O ritual confirma, reatualiza e reforça o caráter social dos códigos sociais. Por isso, a sua importância nas relações comunicativas sempre alimentada pelo universo simbólico e mítico, bem como pela linguagem e codificações.


Além de serem produtores de notícias e entretenimento, os meios de comunicação parecem ter em si as grandes verdades e as grandes soluções. Temos uma espécie de messianismo ocupando o lugar que outrora foi de Deus, a mídia aparece como uma espécie de religião, a quem as pessoas recorrem para obter justiça. É nesse sentido que os sistemas de comunicação se tornam os principais mediadores e organizadores da sociedade.


Por conta disso, suas ações não têm a eficácia dos rituais religiosos autênticos, gerando mais angústia e frustração. Na busca pelo re-encantamento da sociedade secularizada, aparecem apenas alguns elementos deslocados e descontextualizados do ritual religioso, que mesmo assim são reconhecidos, exercendo o seu fascínio. Entram em cena os espetáculos e os rituais de consumo da vida cotidiana, especialmente os da mídia.


O que a cultura e as religiões procuram fazer é manter a visão holística e ordenada da realidade, mesmo inseridas numa sociedade caótica e fragmentada. Conforme deu para perceber, os rituais midiáticos, em muito se assemelham aos espetáculos vazios de significado que marcam a sociedade contemporânea. Mais do que negar o mito, a televisão renova suas versões, contextualizando-o conforme as suas necessidades. Graças à mídia, longe de desaparecer, os rituais permanecem vivos, mas com outra finalidade: responder à demanda da sociedade por consumo e espetáculo.


O meu livro se inicia em 1926, quando Freud publica A questão da análise profana para defender a prática do psicanalista Theodor Reik. Para além desse motivo circunstancial, Freud inicia com esse livro a última grande batalha de sua vida: a separação da psicanálise e da medicina. Essa batalha guardou o nome que lhe foi dado por Freud: a Laienanalyse, ou seja, a defesa da psicanálise profana, praticada por não-médicos. Freud perdeu essa batalha dentro da instituição que ele havia fundado, mas ele ganhou em um teatro mais vasto, assegurando a perenidade e a independência de sua descoberta e impedindo que a psicanálise se sedimentasse em um tratado de psiquiatria, no capítulo terapêutico, ao lado de procedimentos tais como a sugestão hipnótica, a autossugestão, a persuasão.


Os dois debates visando à delimitação da psicanálise como um campo próprio do saber fizeram avançar a teoria psicanalítica em um curto período de trinta e sete anos (1926-1963). Quando Freud escreveu A questão da análise profana em 1926, a profissão de psicólogo ainda não existia. Os certificados de psicopatologia foram criados por Daniel Lagache em 1937, quando ele era professor assistente na Faculdade de psicologia da Universidade de Strasbourg. Portanto, os psicanalistas profanos, assim denominados por Freud em seu livro de 1926, são os hoje denominados psicanalistas nem... nem..., nem médicos, nem psicólogos.


Ferenczi havia embarcado para os Estados-Unidos em setembro de 1926, para uma estadia de um ano: ele dá conferências, mantém uma prática analítica, forma psicanalistas não-médicos e os incita a se organizarem. Em uma carta a Freud datada de 10 de outubro de 1926, ele anuncia uma prática analítica de oito horas por dia: Paralelamente, eu tenho todas as terças-feiras à noite uma conferência, todas as quartas-feiras um seminário com o grupo dos analistas profanos. Já em sua primeira conferência na Universidade, Ferenczi se declara abertamente a favor da análise profana e anuncia sua posição a Freud: Eu falei muito detalhadamente de vosso último livro. Esse apoio muito insistente ao ponto de vista de Freud provoca tensões com os representantes oficiais da psicanálise americana, que produzem um vácuo em torno de Ferenczi. Em suas cartas a Freud, Ferenczi cita os nomes dos chefes ausentes em seus seminários. Eu acho odioso o comportamento do grupo com relação a você, lhe responde Freud em 2 de janeiro de 1927. Ferenczi está de volta à Europa em junho de 1927, quando todos os espíritos estão tomados pela questão da análise profana, que será discutida no congresso de Innsbruck em setembro.


A cidade de Gravatá, localizada a 90 quilômetros do Recife, é um dos locais do Estado que realizam grandes festas profanas no período da Semana Santa. Mas, de acordo com a Secretaria de Imprensa do município, as festividades religiosas são respeitadas e têm espaço na programação cultural.


Os marginais da República, ao praticarem a invasão das instalações do STF, do Congresso Nacional e da Presidência da República, desonraram a majestade da Constituição e profanaram a sacralidade do Estado Democrático de Direito! 041b061a72


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